O encerramento das atividades da maternidade do Hospital
Ipiranga no início do ano tem causado preocupação nas autoridades da cidade. De
acordo com o secretário de Saúde, Marcello Cusatis, desde que a unidade – que
atendia pacientes particulares e de planos de saúde – fechou, tem crescido a
preocupação com uma possível falta de leitos de Obstetrícia na cidade,
especialmente no que se refere a pacientes de convênios. ”Cerca de 38% dos
mogianos têm algum plano de saúde, então é necessário que as seguradoras
assegurem esse atendimento”, destaca o secretário.
A falta de assistência às gestantes pelos planos de saúde
tem causado uma migração das pacientes para a rede municipal. Para atender ao
aumento da demanda, já se iniciaram conversas em nível municipal, regional e
estadual para averiguar a necessidade de reforma na atual maternidade da Santa
Casa de Mogi. “Estamos buscando junto ao Estado um suporte técnico e financeiro
para aumentar o número de leitos, a Santa Casa já demonstrou interesse em
ampliar a maternidade”, conta Cusatis, que adianta que técnicos já visitaram o
hospital. “Será possível criar mais cinco leitos de Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) Neonatal e cinco leitos obstétricos”.
Esse assunto deverá ditar também os trabalhos da Câmara
Municipal. No início do ano, o presidente Mauro Araújo já afirmava que a
principal bandeira da Comissão Permanente de Direito do Consumidor será a
cobrança pela qualidade dos serviços prestados pelos planos de saúde. Já
segundo Chico Bezerra, médico no hospital, a Santa Casa está “um pouco
sobrecarregada”. “A Situação ainda não é alarmante. Estamos evitando atender
pacientes de outras cidades fora da jurisdição, a menos que estejam em trabalho
de parto. Quando são pacientes de outras cidades, como Suzano, por exemplo,
recomendamos que vão para Ferraz”, explica o vereador.
Maternidade da Santa Casa pode ser ampliada
De acordo com o diretor administrativo da Santa Casa, Hélio
Girotto Franqui foi notado um aumento de aproximadamente 20% na procura de
gestantes pelos serviços particulares e de convênios nestes primeiros meses do
ano de 2016. A maternidade conta com 43 leitos e prevê constantes trabalhos de
adequação, inclusive com pacotes para partos com preços especiais atendendo
particulares e convênios.
A Secretaria de Estado de Saúde informou, por meio da
assessoria de imprensa, que foi criado um grupo técnico de trabalho, com
representantes das esferas estadual e municipal, para averiguar a necessidade
de aumentar o número de leitos de Obstetrícia na cidade. Os estudos foram
iniciados no início do ano e não há prazo para os trabalhos serem concluídos.
Ainda de acordo com a pasta, só a partir da conclusão dos estudos é que se
verificará a real necessidade do aumento do número de leitos e, em caso
afirmativo, se será feita uma reforma na atual maternidade da Santa Casa ou se
será criado um novo espaço.
O aumento da demanda reflete também no setor particular. De
acordo com a assessoria de imprensa do Hospital e Maternidade Mogi-Mater, a
unidade está preparada para atender a procura de pacientes particulares e de
convênios. Recentemente o hospital passou por adequações físicas para ofertar
leitos com mais comodidade e atendimento humanizado.” Quanto ao aumento da
demanda, devido ao fechamento da maternidade do Hospital Ipiranga, um impacto
já pôde ser sentido, mas ainda é cedo para que o Mogi-Mater feche um balanço
desse crescimento, o que poderá ser feito apenas no segundo trimestre”, diz a
nota.
Publicado em: http://www.asemana.com.br/falta-de-leitos-de-obstetricia-preocupa/